Numa vala sem protecção, uma conduta de água rebentou e dois operários morreram a mais de quatro metros de profundidade
Aluimento fatal: "Ouvi tudo, ouvi gritar, quando cheguei continuava a cair terra." Luís Borges foi um dos que tentaram socorrer os dois operários que, ontem, às 16.18, ficaram soterrados numa obra de saneamento em Monte de Bera (Almalaguês/Coimbra).
Os dois homens trabalhavam numa vala, "sem protecção de segurança" relatou José Bizarro, dos Sapadores de Coimbra. De repente, ali na Estrada Nacional 110, uma conduta de água rebenta. As terras engolem os dois, um de 24 anos e outro a rondar os 40 anos. Morreram a mais de quatro metros de profundidade. A notícia chega a Santo Varão e Figueiró dos Vinhos onde eles residiam.
"Às 11.30 liguei à GNR para alertar sobre isto. Cortaram o trânsito, não podíamos passar, se fosse preciso aqui acudir a alguma emergência, como era?", conta Mário Ferreira, que, perante a tragédia, assiste, incrédulo, aos trabalhos de remoção das vítimas. Outros habitantes relatam o mesmo. Ninguém conseguia entender como lhes vedaram o trânsito. Veio a saber-se, perante a tragédia, que os engenheiros da empresa, dona da obra - Águas de Coimbra - nem sequer tinham conhecimento que ontem a obra avançava (ver caixa).
Horas de angústia. Chegam os técnicos do INEM. A GNR cria um perímetro de segurança para o resgate. Tarefa árdua para bombeiros que usam pás e enxadas. Às 20.05 é resgatado o primeiro cadáver. "Responsabilidade total para a empresa adjudicatária", garantiu fonte da Águas de Coimbra.
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